Biblioteconomia: Origem
e Concepções
A
Biblioteconomia, primeiramente, estava preocupada em organizar os documentos
existentes, segundo seus conteúdos. Desse modo, preocupava-se, também, em dinamizar
o acesso à informação, porém, esse não era seu principal papel.
O
inventor de um sistema que classificasse os livros de acordo com seu conteúdo
foi Melvil Dewey, que em 1876, criou o Sistema de Classificação
Bibliográfica que leva o seu nome (Classificação Decimal de Dewey ou
simplesmente CDD), que buscava organizar os acervos das bibliotecas, o que
facilitou a ascensão à informação, bem como, instituir o conhecimento
registrado nos Sistemas de Informações (SRI’s).
Após
a explosão informacional proporcionada pela Segunda Guerra Mundial, o mundo se
viu diante de um aumento excepcional de dados. Como era de se esperar, a
demanda de informações era tão grande que nem mesmo os cientistas e teóricos
conseguiam saber a dimensão, muito menos estudar e explorar os documentos
existentes.
A
iniciativa de tentar levar ao conhecimento dos estudiosos as informações que
circundavam naquela época, veio dos belgas Paul Otlet e Henri de La Fontaine, que se inspiraram no modelo de Dewey e criaram uma
biblioteca universal, de modo que divulgassem, em fichas, os dados
bibliográficos relativos a todos os documentos que estavam indexados. Desse
modo criaram a Classificação Decimal Universal (CDU), que serviria
referência dos produtos e não somente uma reunião de acervos, tratando, assim,
de documentos existentes em vários tipos de suporte.
Podemos
dizer, assim, que a Biblioteconomia sempre esteve:
· Preocupada
em organizar os documentos segundo seus conteúdos;
· Preocupada
em representar documentos para sua recuperação;
· Preocupada
em reunir e classificar o conhecimento registrado em livros.
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E no Brasil? Como se deu a Biblioteconomia?
A Biblioteconomia,
como área do conhecimento, passou a existir, no Brasil, a partir de 1911,
quando Manuel Cícero Peregrino da Silva, então Diretor da Biblioteca Nacional,
conseguiu oficializar a criação do primeiro Curso de Biblioteconomia do Brasil,
primeiro também da América do Sul e 3º no mundo. Esse curso começou a funcionar
somente em 1915, na própria Biblioteca Nacional e continuou durante anos até
chegar ao atual da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO.
Até o início da década de 30,
a biblioteconomia viveu sua fase humanista, calcada no
modelo da École de Chartre, na França, e na qual os seus profissionais eram
ilustres personalidades: escritores, historiadores, literatos, pessoas cultas
em geral.
A
partir da década de 30, graças especialmente aos esforços de Rubens Borba de
Moraes, a biblioteconomia começou a progredir em passos mais largos, com a
criação da primeira Escola de Biblioteconomia, que funcionou inicialmente junto
ao Departamento de Cultura da Cidade de São Paulo e depois na Escola de
Sociologia e Política da mesma cidade. Essa Escola, dirigida por Rubens Borba
de Moraes, tinha uma orientação estritamente americana, e abriu as portas para
os alunos recém-saídos do Curso Secundário, o 2º grau de hoje. Para essa
Escola, a fim de participar de um Curso de Atualização Profissional, Rubens
Borba convidou bibliotecários de todo o país, os quais retornando aos seus
Estados, foram, aos poucos, envidando esforços no sentido de criar novos Cursos
e Escolas de Biblioteconomia, especialmente nas Universidades Federais.
Assim,
em 1942, surgiu a Escola de Biblioteconomia e Documentação da UFBA, fundada
pela Professora Bernadete Sinay Neves, que não era bibliotecária, mas
engenheira civil; em 1945 foi criada a Faculdade de Biblioteconomia da PUCCAMP,
por um grupo de bibliotecários paulistas; em 1947 surge a Escola de
Biblioteconomia e Documentação da UFRS, e em 1950 surgiu o Curso de
Biblioteconomia e Documentação da UFPR, pelo esforço de alguns bibliotecários
do Paraná e a Escola de Biblioteconomia da UFMG, cuja fundadora foi Dona
Etelvina Lima. Em 1965 já existia no Brasil, 14 Escolas e Cursos de
Biblioteconomia. A profissão já tinha sido regulamentada em 1962, graças aos
esforços de bibliotecárias, como Laura Garcia Moreno Russo, que, com
persistência e coragem, vinham trabalhando em prol da regulamentação da
profissão, há vários anos. Foi nesta fase, chamada de influência americana, que
aconteceu a realização do 1º Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e
Documentação, na cidade do Recife, em 1954; foram criadas inúmeras bibliotecas
nos órgãos públicos, especialmente federais, incentivando o aumento de
candidatos aos Cursos de Biblioteconomia.
Na década de70
a Biblioteconomia
tomou novo impulso com a criação de seis Cursos de Mestrado, o surgimento de
revistas especializadas e a expansão de oportunidades de emprego,
principalmente junto aos órgãos federais, bibliotecas especializadas e
universitárias. Os Cursos de Doutorado começaram a surgir durante a década de
80. Atualmente a classe bibliotecária encontra-se já consolidada a nível
nacional, em processo de reconhecimento cada vez maior pela sociedade e com os
seus órgãos de classe: Conselhos e Associações, implantados e organizados e com
uma participação cada vez maior nas ações relacionadas com o MERCOSUL.
Na década de
FONTE: CONSELHO FEDERAL
DE BIBLIOTECONOMIA (CFB)
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O que é o
Conselho Federal de Biblioteconomia?
O Conselho Federal de Biblioteconomia
foi criado em 30 de junho de 1962, com o intuito de registrar os profissionais
de Biblioteconomia, bem como, fiscalizar seu código de ética e preservar o bom
funcionamento das bibliotecas.
Podemos dizer, que os Conselhos
Federais e Regionais são autarquias federais de fiscalização que atuam no
exercício da profissão do bibliotecário.
Os quatorze CRB's são organizados em
regiões, sendo o Conselho Federal de Biblioteconomia seu órgão centralizador. Veja
a tabela abaixo:
CRBs
|
Jurisdição
|
|
1
|
Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito
Federal
|
|
2
|
Pará, Amapá e Tocantins
|
|
3
|
Ceará e Piauí
|
|
4
|
Pernambuco e Alagoas
|
|
5
|
Bahia e Sergipe
|
|
6
|
Minas Gerais e Espírito Santo
|
|
7
|
Rio de Janeiro
|
|
8
|
São Paulo
|
|
9
|
Paraná
|
|
10
|
Rio Grande do Sul
|
|
11
|
Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia
|
|
13
|
Maranhão
|
|
14
|
Santa Catarina
|
|
15
|
Paraíba e Rio Grande do Norte
|
FONTE: CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA (CFB)
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Globo
Universidade
Edição
exibida no dia 01/05/2010 na TV Globo.
O vídeo refere-se
ao curso de Biblioteconomia -a ligação do curso com as novas tecnologias, o
crescimento e maior reconhecimento da carreira- e as funções do bibliotecário.
Além de apresentar alguns projetos que os estudantes de Biblioteconomia da
Universidade Federal Fluminense (UFF) desenvolveram e que podem ser seguidos
por todos.
Parte 1
Parte 2
Parte 3
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Estude Biblio no Brasil!
Ao todo existem 41 cursos de
Biblioteconomia, Documentação, Ciência da
Informação ou Gestão de Unidades de Informação/Gestão da Informação
no Brasil, que são oferecidos em 21 Estados mais o Distrito Federal.
Um fato que nos chama atenção é de que os Estados de Acre, Amapá,
Rondônia, Roraima e Tocantins ainda não possuem nenhum curso relativo à
Biblioteconomia.
Alagoas - Maceió:
● Universidade Federal de Alagoas (UFAL) - Curso de Ciência da
Informação. Título conferido: Bacharel em Biblioteconomia – Bibliotecário.
Amazonas - Manaus:
● Universidade Federal do Amazonas (UFAM) - Instituto de
Ciências Humanas e Letras - Departamento de Biblioteconomia - Curso de
Biblioteconomia.
Bahia - Salvador:
● Universidade Federal da Bahia (UFBA) -
Instituto de Ciência da Informação - Curso de Biblioteconomia.
Ceará - Fortaleza:
● Universidade Federal do Ceará (UFC) - Centro
de Humanidades - Curso de Biblioteconomia.
-Juazeiro do Norte:
● Universidade Federal do Ceará (UFC) - Campus
Cariri - Curso de Biblioteconomia.
Distrito Federal - Brasília:
● Universidade de Brasília (UnB) - Departamento
de Ciência da Informação e Documentação - Curso de Biblioteconomia.
Espírito Santo -Vitória:
● Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES) - Departamento de Ciência da Informação - Curso de
Biblioteconomia.
Goiás - Goiânia:
● Universidade Federal de Goiás (UFG) -
Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia - Curso de Biblioteconomia.
Maranhão - São Luís:
● Universidade Federal do Maranhão (UFMA) -
Centro de Ciências Sociais - Curso de Biblioteconomia
Mato Grosso - Cuiabá:
● Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT) - Departamento de Ciência da Informação (Curso de
Biblioteconomia)
Mato Grosso do Sul - Campo Grande:
● Instituto Superior da Funlec (IESF) - Curso de
Biblioteconomia
Minas Gerais - Belo Horizonte:
● Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) -
Escola de Ciência da Informação - Curso de Biblioteconomia.
- Formiga:
● Centro Universitário de
Formiga (UNIFOR-MG) - Escola de Biblioteconomia (ESBI) - Curso de
Biblioteconomia.
- Ubá:
● Universidade Presidente Antônio
Carlos (UNIPAC) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ubá - Curso
de Biblioteconomia.
- Três Corações:
● Universidade Vale do Rio Verde de Três
Corações (UNINCOR)- Instituto de Ciências Organizacionais e
Administrativas (INCOA) - Curso de Biblioteconomia.
Pará - Belém:
● Universidade Federal do Pará (UFPA) -
Instituto de Ciências Sociais Aplicadas - faculdade de Biblioteconomia - Curso
de Biblioteconomia
Paraíba - João Pessoa:
●Universidade Federal da Paraíba (UFPB) -
Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Departamento de Ciência da Informação -
Curso de Biblioteconomia.
Paraná- Curitiba:
● Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Setor
de Ciências Sociais Aplicadas - Curso de Gestão da Informação.
- Londrina:
● Universidade Estadual de Londrina (UEL) -
Departamento de Ciências da Informação - Curso de Biblioteconomia.
Pernambuco - Recife:
● Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) - Centro de Artes e Comunicação - Departamento de
Ciência da Informação - Curso de Biblioteconomia.
Piauí - Teresina:
● Universidade Estadual do Piauí (UESPI) —
Curso de Biblioteconomia.
Rio de Janeiro - Rio de Janeiro:
● Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro (UNIRIO) - Centro de Ciências Humanas - Escola de Biblioteconomia
- Curso de Biblioteconomia (bacharelado e Licenciatura em Biblioteconomia)
(desde 1911).
● Universidade Santa Úrsula (USU) -
Instituto de Tecnologia da Informação e da Comunicação - Curso de
Biblioteconomia.
● Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) - Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas - Faculdade de
Administração e Ciências Contábeis - Curso de Biblioteconomia e Gestão de
Unidades de Informação (desde 2006)
- Niterói:
● Universidade Federal Fluminense (UFF) -
Instituto de Artes e Comunicação Social - Departamento de Ciência da
Informação - Curso de Biblioteconomia e Documentação. (desde 1963)
Rio Grande do Norte - Natal:
● Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Departamento de
Biblioteconomia - Curso de Biblioteconomia.
Rio Grande do Sul - Porto Alegre:
● Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS) - Departamento de Ciências da Informação - Curso de
Biblioteconomia.
- Rio
Grande:
● Fundação Universidade Federal do Rio
Grande (FURG) - Instituto de Ciências humanas e da informação- Curso de
Biblioteconomia.
Santa Catarina - Florianópolis:
● Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC) - Centro de Ciências Humanas e da Educação - Departamento
de Biblioteconomia e Gestão da Informação - Curso de Biblioteconomia
(Habilitação em Gestão da Informação)
● Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) - Centro de Ciências da Educação - Departamento de Ciência
da Informação - Curso de Biblioteconomia.
São Paulo - São Paulo:
● Fundação Escola de Sociologia e Política de
São Paulo (FESP) - Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação -
Curso de Biblioteconomia.
● Universidade de São Paulo (USP) - Escola de
Comunicação e Artes (ECA) - Departamento de Biblioteconomia e Documentação -
Curso de Biblioteconomia.
● Universidade de São Paulo (USP) - Faculdade de
Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) - Departamento de Física
e Matemática - Curso Ciências da Informação e da Documentação.
● Centro Universitário Assunção (UNIFAI) - Curso
de Biblioteconomia.
- Lorena:
● Faculdades Integradas Teresa
D'Ávila (FATEA) - Faculdade de Biblioteconomia e Documentação - Curso de
Biblioteconomia.
- Santo André:
● Faculdades Integradas Coração de Jesus (Fainc)
- Faculdade de Biblioteconomia - Curso de Biblioteconomia
- Campinas:
● Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (PUC-CAMPINAS) - Faculdade de Biblioteconomia - Curso de
Biblioteconomia - Curso de Ciência da Informação
- Marília:
● Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Faculdade de Filosofia e Ciências - Departamento de Ciência da Informação -
Curso de Biblioteconomia.
- São
Carlos:
● Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) -
Departamento de Ciência da Informação - Curso de Biblioteconomia e Ciência da
Informação
Sergipe:
● Universidade Tiradentes (UNIT)
● Universidade Federal de Sergipe (UFS)- Curso
de Biblioteconomia e Documentação
FONTE: Ciência da informação e biblioteconomia: novos conteúdos e espaços de atuação, Marlene de Oliveira.
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Você sabia qual o significado do símbolo da Biblioteconomia ?
Lâmpada de Aladim:
A
lâmpada de Aladim, desde os tempos antigos, representa a incessante vigília, a
atividade intelectual, o trabalho árduo das investigações lítero-científicas. O
livro aberto significa o oferecimento da educação e da cultura.
FONTE: Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB)
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Lei Sobre as
Bibliotecas Escolares
Em maio de 2010, o até então presidente Luiz Inácio Lula da Silva
sancionou a lei que obriga todas as instituições de ensino do país a terem
bibliotecas, independentemente de serem públicas ou privadas. Pelo
projeto, além de manterem uma biblioteca, as escolas vão ter que contratar
um bibliotecário para cuidar do acervo, que deve ter, no mínimo, um livro
para cada aluno. Além disso, as bibliotecas vão contar com materiais
videográficos e documentos para pesquisa e leitura.
Segundo a presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia,
Nêmora Rodrigues: "Nós precisamos trabalhar junto a todos os
dirigentes municipais e estaduais de educação no sentido de demonstrar a eles a
importância da biblioteca nas escolas com um aparelho, com um equipamento para
auxiliar no projeto pedagógico da escola."
De acordo Nêmora Rodrigues, com a lei
que foi sancionada, os alunos vão ter acesso à educação, como previsto
na Constituição Federal. Ela comentou os benefícios da biblioteca para a
população: "A biblioteca permite que a pessoa tenha um raciocínio critico
e possa ler o mundo, interpretar o mundo. E ela vai ter informações
utilitárias. Então, nós vamos ter um reflexo em toda a sociedade. Vamos ter
melhorias na saúde, melhoria na segurança porque nós vamos ter cidadãos mais
conscientes, mais éticos e com maior conhecimento. Por isso que se entende a
função da biblioteca escolar como fundamental na formação do cidadão."
A presidente do Conselho Federal de
Biblioteconomia acrescentou ainda, que, agora, são grandes as chances de
despertar o gosto pela leitura entre os alunos. Os governos terão até dez anos
para colocar em prática o projeto.
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Muito bom o conteúdo apresentado, foi de grande ajuda!
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