A Biblioteconomia, como área do conhecimento, passou a
existir, no Brasil, a partir de 1911, quando Manuel Cícero Peregrino da Silva,
então Diretor da Biblioteca Nacional, conseguiu oficializar a criação do
primeiro Curso de Biblioteconomia do Brasil, primeiro também da América do Sul
e 3º no mundo. Esse curso começou a funcionar somente em 1915, na própria
Biblioteca Nacional e continuou durante anos até chegar ao atual da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO. Até o início da
década de 30, a
biblioteconomia viveu sua fase humanista, calcada no modelo da École de
Chartre, na França, e na qual os seus profissionais eram ilustres
personalidades: escritores, historiadores, literatos, pessoas cultas em geral.
A
partir da década de 30, graças especialmente aos esforços de Rubens Borba de
Moraes, a biblioteconomia começou a progredir em passos mais largos, com a
criação da primeira Escola de Biblioteconomia, que funcionou inicialmente junto
ao Departamento de Cultura da Cidade de São Paulo e depois na Escola de
Sociologia e Política da mesma cidade. Essa Escola, dirigida por Rubens Borba
de Moraes, tinha uma orientação estritamente americana, e abriu as portas para
os alunos recém-saídos do Curso Secundário, o 2º grau de hoje. Para essa
Escola, a fim de participar de um Curso de Atualização Profissional, Rubens
Borba convidou bibliotecários de todo o país, os quais retornando aos seus
Estados, foram, aos poucos, envidando esforços no sentido de criar novos Cursos
e Escolas de Biblioteconomia, especialmente nas Universidades Federais.
Assim,
em 1942, surgiu a Escola de Biblioteconomia e Documentação da UFBA, fundada
pela Professora Bernadete Sinay Neves, que não era bibliotecária, mas
engenheira civil; em 1945 foi criada a Faculdade de Biblioteconomia da PUCCAMP,
por um grupo de bibliotecários paulistas; em 1947 surge a Escola de
Biblioteconomia e Documentação da UFRS, e em 1950 surgiu o Curso de
Biblioteconomia e Documentação da UFPR, pelo esforço de alguns bibliotecários
do Paraná e a Escola de Biblioteconomia da UFMG, cuja fundadora foi Dona
Etelvina Lima. Em 1965 já existia no Brasil, 14 Escolas e Cursos de
Biblioteconomia. A profissão já tinha sido regulamentada em 1962, graças aos
esforços de bibliotecárias, como Laura Garcia Moreno Russo, que, com
persistência e coragem, vinham trabalhando em prol da regulamentação da
profissão, há vários anos. Foi nesta fase, chamada de influência americana, que
aconteceu a realização do 1º Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e
Documentação, na cidade do Recife, em 1954; foram criadas inúmeras bibliotecas
nos órgãos públicos, especialmente federais, incentivando o aumento de
candidatos aos Cursos de Biblioteconomia.
Na década de
70 a Biblioteconomia
tomou novo impulso com a criação de seis Cursos de Mestrado, o surgimento de
revistas especializadas e a expansão de oportunidades de emprego,
principalmente junto aos órgãos federais, bibliotecas especializadas e
universitárias. Os Cursos de Doutorado começaram a surgir durante a década de
80. Atualmente a classe bibliotecária encontra-se já consolidada a nível
nacional, em processo de reconhecimento cada vez maior pela sociedade e com os
seus órgãos de classe: Conselhos e Associações, implantados e organizados e com
uma participação cada vez maior nas ações relacionadas com o MERCOSUL.
FONTE: CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA (CFB)
Nenhum comentário:
Postar um comentário